A
entrada no mercado de trabalho é um passo importante para que os jovens
possam fazer a transição entre o mundo da infância e o mundo adulto. O
excesso de preocupação por parte de familiares e amigos muitas vezes
torna essa passagem difícil para as pessoas com síndrome de Down,
principalmente pela forma com que elas são tratadas e pelas baixas
expectativas em relação à sua função na sociedade.
As
pessoas que não estão empregadas tendem a ter mais depressão e menos
autoestima. Isso acontece porque o ambiente de trabalho ajuda os
indivíduos a ganhar responsabilidades e desenvolver relacionamentos com
grupos diversos. Além disso, favorece o desenvolvimento de habilidades
cognitivas, mecânicas e de adaptação a diferentes situações, inclusive
na vida pessoal.
Reconhecer-se
como parte do mundo do trabalho fortalece o sentido de cidadania de
jovens e adultos. No caso de pessoas com síndrome de Down, muitas vezes
as próprias famílias se surpreendem com mudanças de atitude, uma vez que
elas se sentem mais independentes e capazes de realizar seus desejos.
O
artigo 27 da convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com
deficiência estabelece que todos têm direito a oportunidades iguais de
trabalho. Muitos países, assim como o Brasil, contam com uma legislação
trabalhista que favorece a inclusão de pessoas com deficiência no
mercado de trabalho, seja através de cotas ou de subsídios para as
empresas contratantes.
É
importante ressaltar que o trabalho não envolve apenas a pessoa e a
empresa. Família, escola e sociedade precisam caminhar juntas na defesa
da inclusão efetiva para que a entrada no mercado de trabalho de pessoas
com síndrome de Down possa se tornar uma realidade para todos.
Na
seção “Trabalho” do Movimento Down, você encontra informações sobre
como contratar uma pessoa com síndrome de Down, experiências inclusivas
no mercado de trabalho e um banco de dados com vagas disponíveis para
pessoas com a trissomia em todo o Brasil. Se você representa uma
instituição interessada em oferecer oportunidades a este público, não
deixe de se cadastrar. Profissionais com síndrome de Down que desejam se
candidatar a uma vaga de emprego também podem se cadastrar no banco de
dados de prestadores de serviços.
Dicas para contratar pessoas com síndrome de Down
Empregar
pessoas com síndrome de Down e outras deficiências intelectuais traz
benefícios não apenas para os indivíduos, mas para as organizações. Para
que a experiência seja positiva para todos, é fundamental enxergar as
oportunidades de acordo com as potencialidades de cada um. Confira
abaixo dicas importantes que podem facilitar este processo:
Além da deficiência
Compreender
que o (a) profissional com síndrome de Down ou outras deficiências
intelectuais é um ser humano com particularidades e potencialidades é um
passo importante na hora de pensar nas oportunidades que serão
oferecidas. Assim, embora seja importante compreender quais são as
limitações e questões relacionadas à deficiência, é fundamental
conversar com o (a) novo (a) empregado (a) para definir de que maneiras
ele (a) poderá contribuir para a empresa de acordo com suas
características pessoais.
Prazer, mundo do trabalho
Em
virtude da falta de expectativas em relação ao futuro profissional no
ambiente familiar e escolar, muitos jovens e adultos com síndrome de
Down não foram apresentados ao mundo do trabalho. Assim, questões como o
comportamento adequado, responsabilidade e hierarquia podem ser
novidades para o (a) empregado (a) que acaba de chegar. Porém, isso não
significa que essas pessoas não sejam capazes de se adaptar à rotina da
empresa, muito pelo contrário. Trata-se apenas de ter disposição para
facilitar sua entrada neste novo universo e explicar, sempre que
necessário, quais são os direitos e os deveres relacionados ao vínculo
com a organização.
Segundo
a Fundação Síndrome de Down, é importante trabalhar com o exemplo dos
colegas de trabalho para mostrar ao jovem que determinados
comportamentos são inadequados, como por exemplo:
-Atrasos e faltas sem justificativas
-Higiene inadequada
-Confundir papel do chefe ou da equipe de trabalho
-Se negar a realizar determinadas tarefas sem motivo aparente
É
importante ressaltar que uma adaptação adequada e o acompanhamento do
desenvolvimento do (a) funcionário (a) dentro da empresa são
fundamentais para que situações semelhantes às citadas acima sejam
encaradas com tranquilidade e resolvidas com uma conversa franca entre
as partes. Em alguns casos, pode ser benéfico entrar em contato com a
família ou com o (a) profissional responsável pelo acompanhamento
terapêutico do (a) empregado (a), se houver.
Referência é fundamental
É
muito importante que cada pessoa com síndrome de Down empregada na
organização saiba de forma clara que existe uma referência dentro da
empresa. Um outro funcionário – não necessariamente o seu chefe – a quem
ele (a) pode recorrer em caso de dúvidas e que também acompanhe de
perto a sua adaptação ao trabalho para discutir questões relacionadas
com a área de relações humanas da empresa caso seja necessário.
Esse
apoio traz segurança para o (a) profissional com síndrome de Down, que
muitas vezes se torna ansioso (a) diante da incerteza sobre diversos
assuntos ligados a um ambiente desconhecido.
O tempo de cada um
A
síndrome de Down está relacionada a dificuldades de aprendizado, o que
significa que os funcionários com a trissomia provavelmente vão demorar
um pouco mais de tempo para realizar determinadas tarefas. Isso não quer
dizer que elas não serão feitas, ou que serão feitas de forma
inadequada. Assim, é importante acompanhar sempre o processo de
adaptação da pessoa ao trabalho para determinar, de preferência junto
com o (a) funcionário (a) em questão, quais serão as suas
responsabilidades e tarefas a cumprir.
A relação com os pais
Para
empresas como a Light e a Oi, que empregam pessoas com síndrome de
Down, a parceria com os pais é fundamental no processo de adaptação ao
mundo do trabalho. Muitas vezes, os pais podem se sentir inseguros em
relação à convivência de seu filho ou filha em um ambiente desconhecido,
pois eles também precisam se adaptar à ideia de que a pessoa com
síndrome de Down ou outras deficiências intelectuais pode trabalhar. No
entanto, com o passar do tempo, percebem que a experiência pode trazer
benefícios inclusive no ambiente familiar. Na fase inicial, pode ser
benéfico entrar em contato com eles no sentido de tranquiliza-los ou com
o profissional responsável pelo acompanhamento psicológico do (a)
empregado (a), se houver.
Orientações aos colegas de trabalho
A
falta de acesso a ambientes inclusivos pode fazer com que algumas
pessoas apresentem diversas dúvidas relacionadas à síndrome de Down. A
falta de conhecimento pode gerar distanciamento e até mal-entendidos
entre funcionários, prejudicando a cultura de inclusão e o ambiente de
trabalho da empresa. Por isso, é importante que um profissional
especializado converse com a equipe que receberá o (a) novo (a)
empregado (a) sobre o assunto para criar um ambiente adequado e propício
para a adaptação da pessoa com deficiência.
Cota para pessoas com deficiência
A
legislação estabeleceu a obrigatoriedade de as empresas com cem (100)
ou mais empregados preencherem uma parcela de seus cargos com pessoas
com deficiência. A reserva legal de cargos é também conhecida como Lei
de Cotas (art. 93 da Lei nº 8.213/91). A cota depende do número geral de
empregados que a empresa tem no seu quadro, na seguinte proporção,
conforme estabeleceu o art. 93 da Lei nº 8.213/91:
I – de 100 a 200 empregados ……………… 2%
II – de 201 a 500 …………………………………….. 3%
III – de 501 a 1.000 …………………………………. 4%
IV – de 1.001 em diante ……………………….. 5%
II – de 201 a 500 …………………………………….. 3%
III – de 501 a 1.000 …………………………………. 4%
IV – de 1.001 em diante ……………………….. 5%
onde ta a fonte disso??
ResponderExcluir